Uma pandemia de diagnósticos

 

Imagem gerada por IA.

De alguns meses para cá, minhas redes sociais vêm sendo invadidas por um fenômeno bastante peculiar: trata-se dos pseudoespecialistas em diagnosticar transtornos de personalidade. A título de exemplo, tornou-se banal decidir que algumas pessoas são narcisistas, como se fosse tão simples quanto curtir uma foto alheia. 

Suponho que muitas dessas pessoas sequer sabem a origem do mito de Narciso, mas tornou-se comum que, ao menor sinal de discordância ou falta de argumentos, alguém rapidamente diga: “fulano tem personalidade narcisista.” 

Em outras palavras, comportamentos humanos normais estão sendo transformados em transtornos, diagnosticados por pessoas sem qualquer formação na área. Se, em matéria de saúde mental, o ideal é ter mais de uma opinião profissional, imagine ser diagnosticado por quem nunca estudou minimamente o assunto? 

Estamos vivendo tempos sombrios em relação ao intelecto e à tolerância. Discorda de alguém? Que tal conversar com a pessoa sobre o assunto? Se o relacionamento não for saudável, que tal romper com ele? Se incomoda, basta bloquear ou parar de seguir. Ninguém é obrigado a conviver com quem não gosta, nem a ser amigo de quem é inconveniente.

Mas também, não podemos achar normal banalizar a estereotipação de pessoas. Que tal fazermos o seguinte: deixemos que os médicos mediquem, que os professores ensinem, que os pais eduquem, que os psicólogos diagnostiquem transtornos de personalidade, e que cada um cuide da própria vida.

 


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