O cabresto, a foto, o cristianismo e a política brasileira

 

Imagem gerada por IA.

No Brasil, e talvez no mundo, corrupção e política são conceitos tidos como inseparáveis. No nosso país, porém, há um complicador: o suposto fato de que somos um país cristão, aliás, a maior nação cristã do mundo. Dados indicam que o cristianismo é a religião declarada de cerca de 90% da população.

Em tese, isso deveria influenciar todas as áreas da nossa vida, inclusive a política. No entanto, ao invés de o nosso cristianismo servir como norte, ele se tornou tão superficial que a única função que exerce na política, na grande maioria das vezes, é ser o cabresto de muitos votos e a foto importante na reta final das campanhas eleitorais.

Quem não se lembra da famosa foto de certa ex-candidata a vice-presidente, ateia e comunista, em uma cerimônia católica? A moça em questão declarou diversas vezes ser avessa ao cristianismo, questionando até os feriados cristãos e declarando que existe um "cristofascismo" no país. Ela imputava aos cristãos brasileiros, sobretudo aos evangélicos, comportamentos autoritários e criminosos.

Agindo como víboras, essas figuras não hesitam em pedir o voto cristão. No entanto, suas ideologias têm como mandamento único o combate ao cristianismo. Não por acaso, atacam tanto a família tradicional, mesmo sendo fruto de uma e tendo construído suas próprias. Mas essa verdade não é pública, e não convém ao povo saber.

São psicopatas? Sociopatas? Como classificar esse tipo de gente? Sabemos que eles não têm consciência, e não me refiro à consciência cristã, que seria ainda mais exigente, mas à consciência humana. Pois, se fossem dotados de alguma empatia e sentimento de misericórdia, não imporiam ao povo as consequências de seus atos perversos.

Há algo pior do que olhar nos olhos de seus eleitores e lhes prometer trabalho enquanto lhes roubam o futuro? Há resquícios de humanidade em quem faz isso? E o cristianismo deles, onde foi parar? Não temem o inferno? Ah, mas quem disse que o assunto aqui é fé? O assunto é política, e em matéria de política, eles se sentem autorizados a fazer o que for necessário para "chegar lá".

E, chegando lá, eles dão um jeito de permanecer inamovíveis. Quando não permanecem pessoalmente, colocam seus familiares ou indicados no poder. O cabresto está nas mãos de algum pastor ou líder religioso, a foto na rede social de algum político, o cristianismo está crucificado e mudo, e a política brasileira na latrina.

 

 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Memorável: Gameleira, Pernambuco, elege a vereadora mais votada da sua história

Em Foco: A Valorização do Professor

Uma pandemia de diagnósticos