Como nasce um professor: a minha história
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Imagem gerada com IA. |
Sempre
ouvi dizer que ser professor é uma questão de vocação. Ou você nasce com o
"dom de ensinar" e o gosto pela profissão, ou então não poderá ser.
Por muito tempo, achei que essa era a resposta, mas o tempo me convenceu de que
isso não se aplica a todos os casos.
Pode
não ser vocação no sentido espiritual da coisa, mas, convenhamos, essa
profissão não é para qualquer pessoa. É preciso que o indivíduo tenha certas
características peculiares. Não se trata de uma mera escolha, mas de uma missão
pessoal autoimposta.
Não
posso falar pelos demais colegas, por razões óbvias. No meu caso, decidi ser
professor quando era bem pequeno, provavelmente por volta dos nove anos, quando
já escrevia as cartas para minha mãe e lia as que ela recebia. Contava para
todos que seria professor quando crescesse, o que me rendeu muito bullying.
Para
mim, aparentemente, era mesmo uma questão de vocação, aquele fenômeno no qual
escolhemos a profissão por nos encontrarmos com nós mesmos ao nos encontrarmos
com ela. É simples de entender, desde que você sinta.
Comecei
a exercer a "profissão" por volta dos nove anos, e meus primeiros
alunos foram meus irmãos mais novos. Eles aprenderam comigo antes mesmo de
serem matriculados na escola e, por esse motivo, foram promovidos após as
professoras constatarem que já sabiam muita coisa.
Nós
brincávamos de estudar, e eu era o professor. Uma pedra de carvão do nosso fogo
de lenha era meu giz, e a janela da nossa casa de taipa era meu quadro. Eu não
sabia exatamente o que fazia, apenas imitava meus professores, e deu certo:
consegui ensinar.
Mas
o tempo passou, e os sonhos de infância foram esquecidos. Já adulto, sem pensar
em lecionar, minha irmã soube que havia vagas para o curso de formação de
professores e resolveu me indicar para uma delas. Foi assim que o
"destino" me trouxe de volta ao caminho da educação.
Desde
2015, exerço a profissão de professor e foi na escola que encontrei a mim
mesmo, pois o conhecimento que sempre acumulei, devorando livros, finalmente
fez sentido. Em suma, escolhemos a educação porque ela nos acolheu primeiro.
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