Apologética para defender a própria fé

 

Imagem gerada por IA.

Ouvi pela primeira vez o termo “apologética” aos 18 anos, ainda pelas ondas do rádio. Desde então, o tema volta à minha vida de tempos em tempos. Se você nunca leu sobre o assunto, apologética é uma disciplina teológica voltada para a defesa da fé.

De acordo com essa perspectiva, há não apenas a necessidade de defender a própria fé de maneira bíblica, mas também de explicar por que a interpretação oferecida é a mais correta. É claro que, em termos de estudo bíblico, nem tudo pode ser explicado de forma fácil e definitiva. No entanto, existe uma ortodoxia histórica que deve ser considerada em nossas crenças.

O cristianismo pode ser bíblico ou não bíblico, um caminho para o céu ou para o inferno. A diferença está em como é interpretado e aplicado. A segurança de uma fé salvífica não está, portanto, em interpretações pessoais, adaptações culturais, mas sim na fidelidade ao texto originalmente escrito.

Não acreditar no texto tal como foi concebido implica viver uma fé que não é verdadeira, mesmo que haja uma crença sincera. Não por acaso, os primeiros cristãos foram perseguidos e mortos. Eles seguiam rigorosamente a ordem apostólica de examinar as Escrituras e, por essa razão, nunca foram aceitos pelas sociedades em que estavam inseridos.

Hoje, ainda deveríamos cultivar esse costume. No entanto, no Brasil, há milhares de interpretações divergentes biblicamente. O texto, contudo, não depende da leitura de quem o lê para ser interpretado, mas da mensagem original de seu autor.

A Bíblia, segundo a própria Escritura, é divinamente inspirada. Portanto, não se deve recorrer à sabedoria humana para interpretá-la. As sociologias e os desejos humanos não podem ser usados como chave hermenêutica, mas unicamente o que historicamente foi entendido. É claro que a história não é a origem da fé, mas o texto é.

É importante também frisar que, embora não tenhamos os textos originais da Bíblia, as cópias que resultaram na atual compilação são o resultado do cruzamento de centenas de textos do período dos primeiros séculos. Ou seja, o que temos é o que foi de fato dito pelos autores cristãos primários.

Sendo assim, quaisquer interpretações que não se baseiem na Bíblia, mas que se apoiem na visão de algum profeta ou algo semelhante, não podem ser levadas em consideração. Pois a Bíblia explica a Bíblia. É nela que está a verdade, e não em nós. Mas, para sabermos a diferença entre o que é e o que não é, precisamos estudar. E nisso, a maioria das igrejas brasileiras tem falhado.

Primeiro, porque muitas vezes o evangelho e as doutrinas bíblicas são apresentados sob um viés denominacional, o que tende a adaptar o significado bíblico à visão local. Além disso, pela falta de formação adequada dos professores das escolas bíblicas. Como poderão ensinar se não foram ensinados? Como ensinarão sem antes terem sido aprendizes? Como falar em apologética sem nunca terem ouvido falar sobre ela?

Cabe aos líderes comprometidos com a verdade dar aos seus membros a sua carta de alforria teológica, treinando-os para o embate na defesa da fé. Isso não é apenas uma necessidade, mas uma obrigação.

 


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