As eleições de antigamente
Toyota Bandeirante Picape/créditos no final do texto. |
Eu
nasci no final da década de 1980 e pude desfrutar de um mundo que as novas
gerações, sobretudo as que têm mais acesso às tecnologias ou vivem nos grandes
centros urbanos, jamais poderiam imaginar. Se para os jovens de hoje o mundo
atual não faz sentido, imagine então a nossa cultura no início da década de
1990. Não preciso nem dizer que, naquele tempo, as informações chegavam até nós
pelas ondas do rádio, preciso? Muita coisa era diferente, mas, em matéria de
eleição, como era? Vou contar o que eu lembro. Das grandes cidades eu não posso
falar, mas se estamos falando de cidades do interior, mais especificamente das
propriedades rurais (sítios ou engenhos, como chamávamos), disso eu me lembro
com muito saudosismo, pois não se tratava apenas de escolher um candidato, era
um grande evento, com normas e rituais bem definidos. Para você ter uma ideia,
para ir votar, as pessoas obrigatoriamente precisavam comprar uma "parelha
nova de roupas", ou seja, tinham que ir muito bem arrumadas. As mulheres
davam aquele trato no cabelo e as roupas tinham que estar na moda. Já para os
homens, bastava uma nova calça e uma nova camisa. Era uma verdadeira festa
democrática. Não no sentido que se entende hoje, mas num sentido mais
folclórico. Tratava-se de uma verdadeira expressão da cultura popular, das
visões de um povo e das vivências de um tempo. Claro que comprar roupas novas
naquele tempo não era algo tão fácil. Por isso, ir votar nos trinques tinha um
significado ainda maior. Era como ter status social. Esse era o iPhone 15
Pro Max da época. (exagero proposital para contextualizar). Quem não
conseguia realizar a façanha se sentia desprestigiado e inferiorizado. Mas,
quando tudo dava certo, os vizinhos subiam nas Toyotas (carro ilustrado no topo
do texto), e lá se iam escolher os candidatos. Em comum com hoje, só mesmo as
disputas entre as torcidas organizadas dos partidos. Sim, naquele tempo, ou
você era vermelho ou amarelo, e isso não tinha nada a ver com socialismo,
comunismo ou conservadorismo. Era coisa de fãs se digladiando no grito por um
lado político. O ser humano muda, mas tem coisas que nunca vão mudar.
Fonte da imagem: Toyota Bandeirante Aqui.
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