A resposta está na base
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Os
dados sobre a educação brasileira vêm mostrando que estamos diante de um grave
problema estrutural, pois a escola não tem conseguido cumprir o seu papel.
Isso
explica por que, ao terminarem o Ensino Médio, grande parte dos jovens
brasileiros não desenvolveu habilidades básicas em língua portuguesa e
matemática.
Considero
que o conhecimento matemático é salutar, e de fato é; no entanto, a inabilidade
em dominar as tecnologias da linguagem é, sem dúvida, ainda mais dramática. Pois
sem compreender a língua — meio pelo qual se expressam e explicam ideias e
conceitos — todas as áreas do conhecimento tendem a se tornar um desafio ainda
maior para sua compreensão.
Basicamente,
em termos de comunicação, é como se o professor falasse fluentemente em um
idioma enquanto os seus alunos estão apenas começando a desenvolver a fala.
Obviamente, esse cenário não pode produzir bons resultados.
A
verdade é que as nossas escolas se transformaram em uma enorme linha de
produção, cujo único produto possível, dado o contexto, é mais e mais analfabetos prontos para serem guiados por
algum cabresto ideológico.
Se
a criança não aprende adequadamente, o adolescente certamente terá
dificuldades. Por consequência, o universitário também não será competente o
suficiente. O que nos leva a concluir que os profissionais que estão no mercado
de trabalho podem carregar o mesmo dilema.
Imagine
agora que esse profissional é o seu médico, ou que pode ser o professor do seu
filho. Assim, o ciclo do fracasso se fecha e recomeça. Entende o tamanho do
problema?
O
analfabeto funcional: a vítima
Conceituando,
o analfabeto funcional é a pessoa que, mesmo sendo capaz de decifrar os
códigos, não é capaz de entendê-los. Sendo assim, ele não pode ser classificado
como um leitor verdadeiro, pois o que faz, de fato, não é leitura.
Tecnicamente, funciona, mas não é competente para realizar raciocínios e
análises básicas.
O
problema, como sabemos, está na base, e, se a educação básica continuar sendo
negligenciada como vem sendo historicamente, o cenário tende a se perpetuar,
aumentando assim, significativamente, o abismo social existente em nosso país.
O
problema do nosso país é sim também uma questão de leitura, de educação de
qualidade. Se a educação não dá ao homem o poder de pensar por si mesmo e de
entender o próprio mundo com alguma independência, ele tende a estagnar
socialmente.
Educação
infantil: minha experiência
Quando
pensamos no ensino privado e comparamos com o ensino público, há uma abissal
diferença. Crianças em escolas privadas têm muito mais chances de alcançarem o
sucesso escolar, não apenas pelo acesso a materiais adequados e salas melhor
equipadas, mas sobretudo pela didática implementada, que precisa ser baseada em
ciência e resultados práticos.
A
título de exemplo, em escolas privadas, as crianças são expostas a uma rotina
de aprendizados significativos, o que, com o passar do tempo, lhes oferece
chances efetivas de aprender. Não são depósitos de crianças carentes; são
escolas de verdade.
Para
ter uma educação real, sabemos que não basta estar matriculado nem ter um
professor. É preciso estar envolvido numa proposta pedagógica muito bem
planejada e ter uma equipe bem preparada e articulada, com uma didática que
supere o desenho e as atividades xerocadas.
Essa
não é uma crítica vazia aos profissionais da educação que atendem esse público,
mas ao sistema público, que, na minha visão, está programado para o fracasso.
Se não há nenhuma programação, concluo que se trata de abandono.
Nas
redes públicas, falta tudo, mas falta principalmente gestão de qualidade. E não
estou falando de gestores que apenas sabem lidar com pessoas e administrá-las,
mas de perfis que realmente entendem o que deve ser feito e criem meios para
que aconteça.
O
Brasil erra ao ignorar as causas dos problemas e erra ao fingir que está
fazendo alguma coisa. A realidade mostra que tudo não passa de marketing e
propaganda.
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