Nem tudo o que parece é: a animália

Imagem gerada por IA.
Produzida no Estilo do pintor Edgar Degas

Todos nós sabemos que não devemos julgar as coisas pela aparência. Ainda assim, utilizamos esse expediente com muita frequência. É parte daquilo que somos: primeiro julgamos e depois descobrimos a verdade.

A história que vou contar aconteceu comigo há mais de uma década, quando eu morava em um sítio próximo à minha atual cidade, chamado São José.

Mas, antes, preciso explicar o contexto. Na casa onde eu morava com meus pais e meus irmãos, havia apenas três quartos. Como éramos cinco pessoas, não era possível que cada um de nós tivesse um quarto para si.

Eu, porém, queria ter um quarto só para mim. Foi então que reparei que, na parte de fora da casa, no alpendre, havia um quartinho. Um quartinho mesmo. Bem pequeno. Ainda assim, era um quarto — e era isso o que eu queria.

Pedi permissão para ficar com o "quarto" do lado de fora. E fiquei com ele. Cabia apenas uma cama de solteiro e uma pequena estante. Mas era o suficiente. A única coisa ruim para mim era a sensação de estar desprotegido, pois, de todos, somente eu ficava fora da casa.

Certa noite, enquanto estava deitado na minha cama, que ficava abaixo de uma janela, comecei a ouvir batidas que se repetiam. Apavorado com a situação, não sabia o que fazer. Afinal, quem bateria na minha janela àquela hora da noite?

Em pânico, fiquei alguns minutos tentando me acalmar. Foi então que me lembrei da nossa cadela, que dormia próxima ao meu quarto. Assobiei, e ela logo chegou perto da porta. Como não latiu, concluí que não havia ninguém batendo. Mas, se não havia ninguém, de onde vinham as batidas?

Decidi sair do quarto e investigar. Para minha surpresa, quem estava batendo na janela era uma lagartixa, com o rabo. Minha reação foi sorrir de mim mesmo. Era a única coisa que eu podia fazer. Até então eu tinha certeza que era uma pessoa, mas estava completamente errado.

A lição que ficou foi: nem tudo o que parece é. Muitas vezes, somos enganados pelos nossos próprios sentidos ou pelas "verdades" que pensamos saber. O ideal é nunca se apressar. Aquilo que não temos certeza, de fato, não sabemos.

 

 

 

 

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