Brasileiros: receptividade e falsidade
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Imagem gerada por IA. Ilustração no estilo do pintor: Leonardo Da Vinci |
Creio
não haver no mundo povo tão receptivo quanto o brasileiro. Isso é uma bênção,
mas também é um problema. Por causa dessa espontaneidade que nos é peculiar,
muitas vezes perdemos a noção do bom senso.
A
gente mal conhece a pessoa e já a trata como se fôssemos amigos de infância.
Mas, se muitas vezes não podemos confiar plenamente nos nossos amigos de
décadas, como nos permitimos confiar em quem não conhecemos?
A
verdade é que a maioria das pessoas que conhecemos ou com quem convivemos são
apenas avatares. Outra característica que também é muito nossa é a falsidade.
Os mesmos que te abraçam agora podem estar te detonando daqui a cinco minutos,
tudo sem a menor reflexão moral ou sentimento de culpa.
Você
já parou para pensar que, se pudesse ouvir aquilo que é dito a seu respeito na
sua ausência, provavelmente ficaria psicologicamente destruído? O simples
exercício de pensar sobre isso já pode causar frustração. Então não recomendo
que o faça, mas também não lhe estimulo a agir como ingênuo.
Claro
que boa parte daquilo que cultivamos em nossos relacionamentos é pura ilusão, e
nós sabemos disso. Ainda assim, a título de proteção mental, ignoramos o que é
patente pelo bem maior que o conforto psicológico traz.
Na
média, esse nosso comportamento (ignorar os fatos) tende a ser prejudicial,
pois, na ânsia de emular intimidade retribuindo "aceitação", não nos
permitimos saber quem as pessoas são de verdade. Quando passamos a gostar das
pessoas e admiti-las como íntimas, naturalmente suavizamos as suas falhas.
Eu
nunca me enganei: sempre discerni o meu pai, a minha mãe e também os meus
irmãos. Claro que tudo não se resume a isso, mas quando não nos damos tempo
para conhecer as pessoas, somos forçados a acreditar nos personagens aos quais
somos apresentados, quando não nos personagens que criamos.
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