A maior de todas as fores

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Ilustração inspirada na obra do pintor: Edgar Degas 

Era um belo jardim. Havia diversas flores, e delas exalavam os mais doces e hipnotizantes perfumes. Todos os que desejavam podiam adentrá-lo e deleitar-se, deixando seus sentidos maravilharem-se com tantos bons odores e tantas cores.

Poucos haviam aprendido a fazer isso, pois estavam sempre ansiosos e apressados com alguma tarefa urgente. A maioria das pessoas apenas passava por ele, via-o de relance, fotografava-o, mas não parava para apreciá-lo. Ainda assim, naquele jardim, lá estava a bela flor, tão linda quanto possível.

De todas, ela se destacava. Era grande, formosa e formada por muitas pétalas que jamais se repetiam, apesar de serem bem parecidas. Uns diziam tratar-se de um girassol, outros de uma orquídea, mas havia também quem enxergasse uma rosa escarlate.

Todos os dias, daquela flor caía uma de suas pétalas. Não era possível evitar, e ninguém, na verdade, desejava que isso não acontecesse, pois todos sabiam que, ao cair a última pétala, a bela flor ressurgiria no primeiro raiar do sol, tão graciosa quanto antes e, ainda assim, nova.

O ciclo se repetia e se repetia; não era possível impedi-lo, e a grande flor continuava seu trabalho no jardim. Como era bela aquela flor! Por que quase ninguém notava isso? Por que eram poucos os que vinham até ela?