Relacionamento e educação

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O que estraga os relacionamentos é justamente aquilo que os faz existir: a convivência.

Normalmente, temos extrema paciência e gentileza com pessoas que não conhecemos e, para elas, sempre apresentamos nossa melhor versão. Mas nem sempre usamos a mesma medida com aqueles com quem convivemos.

Você já gritou com o filho de alguém na rua? Já evitou pedir desculpas ao cometer um erro com um desconhecido? Creio que não. Para os de longe, sempre apresentamos nosso melhor currículo; já para os de casa, nem sempre.

O que nos impede de agir com a necessária sabedoria é justamente a falta de capacidade de reflexão imediata: aquela que fazemos antes de qualquer ação, prevendo possíveis consequências. Quando agimos mal com pessoas distantes, tememos a impressão que podemos causar. Mas, quando estamos lidando com os nossos, não temos essas preocupações.

É óbvio que a convivência familiar não é fácil, mas quero lhe propor uma reflexão: experimente tratar os seus como trata os estranhos, e você verá que as pessoas podem ser muito mais amáveis e participativas.

Você pode argumentar que comparar uma coisa com a outra não faz sentido, por causa das peculiaridades de cada tipo de relacionamento. Mas, na verdade, o ponto central não são os relacionamentos em si, mas o comportamento que temos diante deles. Não se trata dos outros, mas de nós mesmos, dos julgamentos que fazemos em relação às nossas atitudes.

Aquilo que queremos, devemos também estar dispostos a oferecer, especialmente quando falamos de crianças, pois estamos lidando com pessoas que ainda estão em processo de construção da própria personalidade. Portanto, não podemos esperar que apresentem comportamentos maduros espontaneamente.

Todos nós precisamos de modelos, exemplos que nos façam sentir melhores e mais úteis. Esse é o melhor jeito de comunicar – e, em matéria de relacionamentos, a comunicação é o aspecto mais importante. Se não há comunicação, não há relacionamento de fato.

Vale lembrar que comunicar não significa apenas falar, mas falar de maneira assertiva. Ou seja, explicar algo a alguém sem excluí-lo do processo. Não se trata de uma imposição, mas de uma conquista paulatina e intencional.

Quem recebe ordens pode não ver sentido naquilo que é dito. Mas, se você conseguir envolver o outro naquilo que deseja construir, fazendo-o notar a sua importância, as etapas rumo à funcionalidade terão muito mais chances de serem alcançadas. O que precisamos é de modelos que façam sentido.

 

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