Não toque no meu ídolo
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Aprendemos
nas Escrituras que a fabricação de ídolos é um pecado gravíssimo. Por isso, no
Decálogo, Deus dá uma ordem muito clara ao Seu povo: não façam ídolos
de nada que habite no céu, na terra ou debaixo dela, nem prestem culto a eles.
O
ídolo proibido, neste contexto, refere-se a uma estátua. Sua proibição advém do
fato de essas figuras, ditas santas ou divinas, terem o poder de desviar o
coração do homem do verdadeiro Deus. Aqui ocorre a figura do adultério
espiritual: não há como ser fiel tendo dois senhores.
O
fato de alguém, em sã consciência e pleno uso de suas faculdades mentais,
acreditar que uma estátua pode canalizar orações a pessoas mortas, que as
transmitirão a Deus, é bastante curioso, pois depõe contra a própria
inteligência humana.
Como
explicar que alguém, capaz de raciocinar, analisar e entender, ainda assim
adore uma figura fabricada por mãos humanas? A resposta, suponho, não está na
simples ignorância, mas em algo espiritual. Afinal, não há como negar que os
egípcios eram extraordinariamente inteligentes. No entanto, seus deuses eram
animais transmorfos e elementos da natureza.
Essa
é uma forma de crença cuja base é ela mesma. Não exige explicações nem
razoabilidade. Dessa forma, basta apenas que o crente creia, acredite em seu
líder e não levante questões que, se respondidas, possam causar problemas.
Ademais,
se Deus proibiu, a razão óbvia é que Ele conhece a fragilidade humana. A
proibição não se configura como uma mera restrição, mas como um instrumento de
proteção para aqueles que desejam segui-Lo com verdade.
Com
o Deus da Bíblia, o homem não faz negócios nem trocas. Ele não necessita de
nada que o homem tem — todas as coisas já Lhe pertencem. No entanto, com deuses
criados pelos homens, sempre há espaço para trocas de favores.
Os
ídolos, portanto, são um problema seríssimo. E há uma grande chance de que
tanto eu quanto você tenhamos um. Caso isso seja verdade, é bem provável que os
estejamos escondendo em algum lugar. Se não estão escondidos, os ídolos estão
sendo muito bem defendidos.
Claro,
não com argumentos sérios, mas unicamente com elucubrações pecaminosas. Por
dentro, estamos dizendo: "Não toque no meu ídolo. Neste, eu
confio." Logo, esse ídolo tem nos desviado da verdade e nos
colocado em pecado. Analisemo-nos e acordemos.
Os
ídolos mais comuns são facilmente identificáveis. Vejamos quais são, como se
manifestam e por que são erros que nos chamam de volta às Escrituras.
No
contexto religioso brasileiro, ainda há muitíssima idolatria. No catolicismo,
prevalece o culto a Maria e aos santos, mas o movimento protestante também não
está imune. Há, pelo menos, três ídolos populares:
- A placa da igreja: Há
cristãos que idolatram a placa da própria igreja, desprezando irmãos em
Cristo de outras denominações. Tal comportamento é extremamente
antibíblico e não encontra respaldo em nenhum ensinamento cristão. Se
devemos amar até os nossos inimigos, como explicar o desprezo por irmãos
cuja diferença está apenas na denominação?
- A teologia oficial: A
visão soteriológica denominacional. Há, sobretudo na internet, cristãos
fervorosos que se expõem não para pregar o Evangelho, mas para atacar e
destratar irmãos que compreendem o processo de salvação de modo diferente.
Porém, nem Calvino nem Armínio podem salvar quem quer que seja com suas
tentativas de explicar como Deus salva o homem.
- O político: Há
milhares de cristãos que realmente acreditam que determinadas figuras
políticas são sinais de Deus. Ainda que se possa crer nisso, a vida dos
cristãos não depende de nenhum governo. Não devemos colocar nossa
esperança em homens, afinal, todos somos inegavelmente depravados. Não há
em nós sabedoria nem justiça.
Adendo: Em
matéria de política, o crente pode votar em quem quiser, pois é um cidadão da
terra. No entanto, deve votar com consciência cristã, pois é também cidadão do
céu. Se na Bíblia há orientações corretas para todos os aspectos da vida, por
que, na hora do voto, Deus não teria nada a dizer?
Pessoalmente,
não escolho candidatos por paixão política, mas por coerência bíblica e por
suas propostas — especialmente as legislativas. Se sei que determinado partido
é declaradamente inimigo do cristianismo, obviamente estou impedido de
promovê-lo. Pois uma coisa é o cristão ser perseguido; outra, bem diferente, é
o cristão ter parte nisso. Isso só faria sentido se, na verdade, estivéssemos
falando de um falso cristão.
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