Em um futuro distópico

Imagem gerada por IA.

No dia 15 de junho do ano de 2150, um novo imposto foi implementado pelo novo governo mundial. A partir desse dia, cada família deve pagar uma taxa de 665 dólares digitais ao governo para manter cada filho.

A medida, que soa controversa, teria como objetivo impedir o crescimento populacional, mas também aumentar a arrecadação estatal, dizem especialistas. Especula-se, no entanto, que as contas públicas não estão em déficit. O intento seria diminuir os índices populacionais.

Apesar da redução da população implementada na última década por meio de vacinas antivirais, que ajudaram a controlar os gastos pela diminuição da fecundidade, cientistas financeiros sugeriram ao parlamento mundial – e foi aprovado – que cada família deve pagar para que haja a manutenção da vida de seus filhos.

Os pais que alegarem não poder pagar deverão enviar os seus filhos aos depósitos de natalidade (assim denominados), para que sejam "passados" de maneira humana e digna. E aqueles que insistirem em reproduzir-se de forma independente serão presos e terão os seus dias reduzidos.

A nova lei tem causado protestos em todas as doze províncias, mas, graças aos chips cerebrais implantados nos primeiros dias de nascimento, todos os inconformados estão sendo detidos e desabilitados de maneira definitiva.

De acordo com o comunicado do governo da Terra, a população, que hoje gira em torno de oitocentos milhões, ainda está muito alta, o que vem sobrecarregando os recursos utilizáveis do planeta, que atualmente pode ser explorado em apenas 5%.

"A natureza é a nossa mãe", disse o grande líder em nossos comunicadores cerebrais. "Nós somos o real problema, e não ela. Cuidemos dela até que deixemos o planeta respirar livremente. Enquanto isso não acontece, façamos a nossa parte."

Conforme o escritor Johnny Humman, em sua obra O Novo Mundo e o Novo Homem: Questões Imutáveis, as tentativas de mudar a tendência sexual da atual população não obtiveram o êxito esperado. E, por isso, o governo resolveu implantar novas medidas mais rígidas para conter o nascimento de novas pessoas.

O cenário, que parece obra de ficção, mas retrata a atual situação do mundo, tem feito muitos humanos desistirem da existência. Para esses, o governo também oferece uma saída mais leve. O problema, sem dúvidas, é a presença humana.

 

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