Criticar ou aconselhar?
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Imagem gerada por IA. |
Com
o avanço absurdo das tecnologias de informação, as pessoas passaram a se
informar mais. Não sobre ciências sociais ou ciências humanas, mas sobre a vida
dos outros.
As
fofocas, que antes já eram rapidamente espalhadas, tornaram-se ainda mais
velozes. Se antigamente viajavam na velocidade da luz, hoje viajam na
velocidade do bit.
Por
causa disso, todo mundo (com o perdão da generalização) passou a achar que tem
a ver com a vida de todo mundo. Logo, o que deveria circular apenas no meio
familiar passou a se tornar notícia, e de "zap" em "zap",
fatos e meias-verdades passaram a ganhar o mundo, literalmente.
Críticas
e opiniões sobre a vida alheia tornaram-se comuns, mais do que isso: uma
questão de estar socialmente incluído. Eu já fui vítima de centenas de
críticas, mas o pior não é nem isso – é que, hoje em dia, as pessoas já não se
conformam em falar mal de você – elas precisam falar mal de você para
você. Para terem a certeza de que você sabe que elas estão insatisfeitas
com o fato de terem que dividir o mesmo planeta com você.
O
motivo? A sua falta de alguma coisa que, por alguma razão, elas têm de sobra.
Logo, o virtuoso, por ter excesso de virtudes, se coloca como alguém do bem que
está apenas tentando fazer o certo, utilizando-se de "críticas construtivas".
Mas
críticas podem ser construtivas? Há algo de bom em criticar alguém? O crítico
realmente tem cacife moral para criticar? Pessoas realmente
"superiores" não fazem críticas, nem dão opiniões, exceto quando
solicitadas.
Cuidar
da própria vida, saber suas limitações e possibilidades tende a ser muito mais
útil ao indivíduo do que elencar as supostas falhas alheias.
De
uma coisa eu tenho absoluta certeza e posso afirmar para além de quaisquer
dúvidas: todo crítico da vida alheia é um incompetente incubado que, no afã de
não ter as próprias misérias expostas, se apressa em escolher alguém pra
Cristo.
Você
já viu alguém inteligente, feliz, realizado e maduro quanto aos próprios
méritos criticar ou difamar alguém? Eu, nunca. Normalmente, todo difamador, na
verdade, está apenas tentando esconder os defeitos que lhe são próprios.
Quanto
aos conselhos, eu não penso que, se fossem bons, seriam vendidos. Muito pelo
contrário – quando vêm de pessoas claramente virtuosas e que nos querem bem,
são mais do que úteis: são portas que se abrem para o nosso crescimento. Eu
aceito conselhos, mas desprezo as críticas.
O
meu sincero desejo é que cada pessoa possa se aceitar e se avaliar de maneira
positiva, evitando, assim, comparações e disputas egoístas cuja natureza
perversa pode vir a destruir alguém. No mundo cabem exatamente a quantidade de
pessoas que há hoje e ainda muito mais.
Ninguém
precisa, de fato, ser o juiz do outro. O problema não é o outro, mas a nossa
incapacidade de saber lidar com o jeito de ser único que cada um tem, sem
precisar fazer comparações que não levam ninguém a lugar nenhum.
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