Por que não aprendemos a escrever?
![]() |
Imagem gerada por IA. |
Escrever
e colocar as ideias no papel tem se mostrado um gigantesco desafio para a
maioria das pessoas, em especial para os mais jovens. Oriundos da educação
básica e pública que nitidamente é deficitária quanto a sua prática pedagógica
leitora.
Todos
somos capazes de falar e argumentar com razoável qualidade, pois naturalmente
conversamos, mas, quando se trata de escrever, aí então dá aquele branco — uma
verdadeira sensação de pânico, na qual as pessoas se perdem.
Mas
como superar essa barreira, muitas vezes, aparentemente de natureza mental?
Tudo começa por ser capaz de avaliar as próprias habilidades. Por isso, algumas
perguntas devem ser feitas: o que eu sei? O que eu não sei? Como posso aprender
aquilo que eu não sei? Quem pode me ajudar com orientações realmente úteis?
De
posse disso, o caminho é pôr as mãos à obra. Ou seja, treinar, treinar e
treinar. Assim como os nossos músculos se desenvolvem com a prática de
exercícios físicos, o nosso cérebro pode ser treinado para aprender as novas
habilidades que desejamos ter. No entanto, não existem fórmulas mágicas — tudo
passa por trilhar os caminhos necessários.
Acredito
que boa parte da dificuldade que as pessoas têm em escrever não tem sua origem
unicamente na deficiência sistêmica da educação brasileira, nem na pouca
cultura linguística que possuem, mas está também relacionada ao medo de
expressar seus pensamentos. É que fomos condicionados a temer aquilo que os
outros podem pensar e, por isso, nos bloqueamos.
Certas
dificuldades são comuns a todos e não são sintoma de traumas ou transtornos de
aprendizagem, mas unicamente da falta de dedicação ao estudo. Veja bem, saber fazer algo exige conhecer os
processos intrínsecos e dominar as técnicas. Por isso, antes de saber
fazer, exige-se dedicação para entender as exigências. Ninguém aprende por
osmose, mas por investir tempo e energia.
Nosso
cérebro é dotado de uma capacidade chamada neuroplasticidade. Isso significa
que ele consegue se adaptar a novas situações e desenvolver novas habilidades.
Por isso, entre o saber e o não saber, além do contexto pessoal, há também o fator estudo intencional.
Mas, até para estudar, nós precisamos estudar para saber como isso é feito.
Por
isso, se você deseja aprender a expressar-se bem e escrever bons textos, comece
com a leitura e siga lendo cada vez mais sobre os mais diversos temas, mas,
sobretudo, sobre áreas de seu interesse. Você verá que seu cérebro, aos poucos,
será capaz de produzir cada vez mais e melhor. Depois da habilidade construída,
será simples escrever — não apenas dentro das normas gramaticais, mas também de
forma clara, objetiva e coesa, atingindo os objetivos dos gêneros e das
tipologias trabalhadas.
Comentários
Postar um comentário