Odeie ideias, não pessoas
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Imagem gerada por IA. |
Estamos vivendo em um tempo em que praticamente tudo pode ser classificado como ofensa ou discurso de ódio. Basta discordar de alguém, independentemente da relevância do tema, para automaticamente entrar no rol dos "inimigos mortais."
Chegamos ao ponto de vermos figuras relevantes no
debate público reclamarem que o país está em crise por causa do confronto de
ideias. Mas, considerando que vivemos em um país dito democrático, não deveria
ser justamente essa a regra? A diversidade de opiniões e o embate de ideias não
são pilares fundamentais da democracia?
Somente em ditaduras as pessoas são impedidas de
debater ou discordar. A força da democracia reside justamente no fato de
pensarmos de forma diferente, discordarmos e debatermos, sem deixar de nos
respeitar. Não saímos por aí nos agredindo — isso é papel de criminosos, não de
cidadãos.
Por isso, é sempre importante lembrar que está tudo
bem odiar ou desprezar uma ideia ou corrente ideológica. Contudo, de forma
alguma devemos transferir esse ódio para as pessoas com as quais discordamos.
Ideias sempre serão ideias, e pessoas sempre serão pessoas. Às ideias, a
discordância; às pessoas, nosso respeito, consideração e empatia.
Afinal, opinião não é ciência, e podemos analisar um
mesmo fato sob diversas perspectivas. É possível ponderar e reconhecer que há
mais de uma interpretação válida para compreender um fenômeno. Isso implica
reconhecer que, assim como temos nossas opiniões e convicções de forma
legítima, outras pessoas também têm.
Odiar pessoas meramente por discordâncias nos
apequena e nos coloca na mesma prateleira dos vírus e protozoários. Mas não é
isso que somos. Como seres pensantes, podemos — e devemos — trilhar o caminho
de volta ao topo.
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