Por que falhamos em nos comunicar?
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Imagem gerada por IA. |
Comunicar
não é a mesma coisa que falar. Não se trata da simples emissão de sons em
palavras e frases. Para que nos comuniquemos e atinjamos o objetivo da
comunicação, precisamos não apenas ter um amplo domínio vocabular, mas também
saber nos colocar no lugar daquele que está nos ouvindo.
Note
que quem deseja se comunicar deseja se comunicar com alguém. Logo, desprezar a
participação do outro no diálogo é um erro gravíssimo e pode ser muito
prejudicial, a depender do contexto com o qual estamos lidando. Então, nós,
como comunicadores, precisamos fazer a nossa lição de casa antes de nos
aventurarmos no campo da comunicação.
Em
primeira instância, é necessário que pensemos em nossos interlocutores. Para
isso, é importante considerá-los como um todo. Ou seja: quem é o meu alvo
comunicativo? Qual é o possível nível de conhecimento linguístico que ele
possui? Qual a melhor forma de abordar o assunto? Como faço para falar de
maneira acessível, compreensível e interessante?
Quando
falamos com idosos, a depender do contexto, precisamos abordar de determinada
maneira. Se falamos com adultos pouco instruídos ou possuidores de altas
graduações, de uma outra forma, e o raciocínio também se aplica às crianças.
Antes de falar, nos cabe saber com quem e como.
Pois
tão importante quanto saber se colocar é saber envolver o outro no discurso.
Torná-lo parte da conversa, fazê-lo sentir que também pode contribuir e que é
importante, independentemente de quem seja. Nos comunicamos com alguém e não
para alguém. Quem fala para alguém informa; já quem fala com alguém se comunica
de verdade. Dessa maneira, pensar em uma conversa focada na unilateralidade é
perder tempo.
Por
isso, antes de falar e demonstrar que sabe do que está falando, lembre-se de
não ser uma pessoa arrogante, ignorando que o outro também pode saber tanto ou
mais do que você. E, se o outro não souber, isso não é um problema, pois
ninguém no mundo sabe tudo sobre absolutamente nenhum assunto.
Outra
coisa importante é observar a energia e a entonação que empregamos, pois muitas
vezes podemos estar certos no conteúdo, mas errados na forma. Um grito de “eu
te amo” com uma expressão de desprezo seria capaz de fazer alguém se apaixonar?
Claro que não! Cada coisa, ao ser dita, exige do que diz a forma adequada de
dizer.
Além
disso, é importante salientar que a maior parte da nossa comunicação é
silenciosa, e esta é muito mais eficiente do que as palavras. Quem de nós nunca
julgou alguém pela sua maneira de ser e depois descobriu que estava errado? Por
isso, a gente precisa estar atento e analisar se as nossas palavras dizem
aquilo que os nossos gestos estão dizendo. Muitas vezes, os olhares podem dizer
muito mais do que as nossas frases.
Comunicar,
por isso, exige não apenas ter um bom nível de instrução, nem ser apenas um bom
orador e dominar técnicas de oratória modernas; prescinde daquele que faz uso
da voz também ouvir-se e olhar-se. Pois conhecimento sem humildade pode se
tornar apenas uma forma de construir barreiras. No entanto, a função da comunicação
é criar pontes.
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