Bereanos: Fé e inteligência

 

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A Bíblia Sagrada, livro da fé cristã, é, de fato, um escrito fascinante. Ela não nos diz apenas como fomos criados, nem qual é o nosso destino eterno, mas como devemos viver e, além disso, nos traz orientações para todas as áreas das nossas vidas.

Se você precisa saber como educar uma criança, a Bíblia pode te ajudar nisso. Se você é uma pessoa jovem, também encontrará nela conselhos valiosos. Se for solteiro, terá as orientações de que precisa; se for viúvo, se for pobre, se for rico, se for ovelha, se for pastor... Enfim, a Bíblia é, de fato, o manual do fabricante. Nela, podemos encontrar exatamente tudo o que precisamos para vivermos a verdadeira fé e uma vida equilibrada.

Se atentarmos para o que ela diz, certamente saberemos diferenciar o caminho certo do caminho errado, a verdade da mentira, o divino do profano. Pois, com Deus, não dá para dar um jeitinho, não existe meio-termo. Ou é sim, ou é não. Ou está certo, ou está errado. Deus não tergiversa; Ele é a verdade que necessitamos ouvir e a única verdade da qual realmente precisamos.

Para que possamos entender com mais profundidade o quão fantástica é a Bíblia, ela explica a si mesma. Sabendo o seu Autor que o diabo tentaria corromper as verdades nela escritas, ela mesma nos manda analisar aquilo que dela ouvimos, a saber, discernir os espíritos.

É importante salientar que, em muitos assuntos bíblicos, não há como obter uma resposta simples. No entanto, em outros, a resposta não é apenas simples, mas gritante. Por assim dizer, se seguirmos a Bíblia pela Bíblia e não nos apoiarmos em nossas convicções e pensamentos, estaremos sempre na verdade. A verdade não é, por isso, aquilo que pensamos ou imaginamos, mas aquilo que pode ser explicado de maneira factual até mesmo ao mais simples dos homens.

Em termos de apologética (defesa da fé), se não tivermos cuidado com aquilo que ouvimos e seguimos, podemos estar em desobediência e crentes de que estamos fazendo o que é agradável a Deus. Quando a Bíblia diz para obedecermos aos nossos líderes, por exemplo, devemos, antes disso, nos perguntar: obedecer em que sentido? Obedecer até que ponto? Obedecendo, estou em acordo com a Bíblia ou em conflito com ela?

Para você entender melhor, a Bíblia nos alerta que viriam muitos falsos profetas, homens que, em nome de Deus, tentariam se estabelecer sobre a igreja de Jesus, usufruindo dela sem, por Deus, terem sido enviados. Isso tem acontecido desde que a igreja é igreja, e hoje não é diferente. Mas como sei se um líder é digno de obediência e reverência? Basta que tenha o título ou o cargo? Óbvio que não!

A resposta a essa pergunta, na verdade, é bem simples. Porém, sem conhecimento bíblico, não é possível tomar a decisão correta. A Bíblia diz: "Obedeçam aos vossos pastores." Isto é verdade. Mas, e se o pastor em questão não for alguém digno de ser obedecido? Como faço para ter certeza de que não estou seguindo um cego rumo ao abismo? E como sei se ele não é digno? A árvore se reconhece pelos frutos. Logo, alguém enviado por Deus terá em seu caráter marcas de um verdadeiro seguidor, não trocando a verdade por conceitos humanos ou pelos próprios desejos.

Uma resposta ainda mais acurada para essa questão crucial está na passagem bíblica que cita os crentes bereanos (Atos dos Apóstolos, capítulo 17, versículos 11 e 12). Esses irmãos, diferente de muitos do seu tempo, não aceitavam aquilo que era pregado sem antes analisarem sob o crivo da Palavra. Ou seja, o título do pregador, a sua fama ou qualquer outra característica não os fazia temer nem crer. Por isso, exigiam que os ensinamentos fossem oriundos das Escrituras e, reconhecendo que eram, neles criam.

Este é, portanto, o comportamento que devemos imitar. Homens maus também se passam por pessoas piedosas; lobos sabem muito bem agir como cordeiros, e eles não se perfazem fora da igreja, mas dentro dela. No entanto, ao abrirem as suas bocas, os seus corações ficam expostos. Por isso, se temos conhecimento da verdade e estamos de fato firmados nela, não admitimos outro evangelho ou adaptações dele, mas estamos aptos a questionar e expor aqueles que, se dizendo cristãos, são, na verdade, instrumentos das próprias ideologias, vontades ou até mesmo do diabo.

O inimigo das nossas almas sabe muito bem que impedir a pregação da Palavra de Deus é absolutamente impossível, pois sempre haverá alguém disposto a ficar na torre de vigia e denunciar as ameaças tão logo sejam vistas. Por isso, ele já não luta tanto para impedir que preguemos, mas certamente tem tentado se infiltrar em nosso meio e ensinar as suas “verdades”, as suas versões mais amorosas e cheias de "mantenha-se como você está".

Deus é um, a sua Palavra é uma, a sua Igreja é única e só pode ser mantida e multiplicada em estrita observação das palavras de Deus e de uma interpretação genuína das Escrituras. Doutra forma, estaríamos tentando fazer a obra de Deus — algo cuja natureza é absolutamente espiritual — sem o poder de Deus, e então estaríamos nos enganando, pois, como está escrito: "Sem mim, nada podeis fazer."

 

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