O papel da cultura na salvação do crente
![]() |
Imagem gerada por IA. |
Diferente
do que muitos podem apregoar ou crer, os costumes locais e os usos pessoais não
têm nenhuma influência na regeneração do homem pecador. Essa crença arraigada
na mente de muitos tem a sua origem em tradições humanas, ideias oriundas de
tempos nos quais a pouca instrução bíblica tinha a primeira e a última palavra.
Citando
o contexto denominacional, é possível notar que, de acordo com a denominação, a
interpretação dos textos bíblicos tende a ser adaptada, não para facilitar o
entendimento dos menos doutos, mas para justificar na mente dos crentes aquilo
que se convencionou chamar doutrina.
Sendo
assim, em matéria de doutrina, cada “igreja” tem a sua, ou melhor, entende do
seu próprio jeito e impõe aos que creem a observação irrestrita daquilo que se
entende como meio de santificação “separação entre o crente e o descrente”. Se,
por um lado, a ideia seria santificar, tais ensinamentos, na maioria das vezes,
produzem unicamente uma coisa: pessoas fanatizadas e de pouca capacidade
reflexiva.
Dessa
forma, quaisquer pessoas que não se encaixem naquilo que se aprende dentro das
quatro paredes denominacionais são tratadas como se fossem descrentes, ainda
que concordem e creiam integralmente na mesma doutrina (ensinamento bíblico).
Tal
fenômeno, obviamente, tem a sua origem na ignorância, mas, quando posto em
prática, produz um único efeito: a cisão no corpo de Cristo. Jesus, o fundador
da igreja e autor da nossa fé, se vivesse nos dias de hoje, certamente jamais
seria considerado crente segundo essas regras dos homens. Pois, antes de
observarem a palavra apostólica e os ensinamentos proféticos, estes buscariam
saber se o Cristo estaria de acordo com as regras da sua denominação.
É
claro que qualquer igreja tem o direito de orientar os seus membros a terem um
determinado comportamento, mas essas orientações nunca podem superar os
ensinamentos da Palavra, em especial porque sabemos, pela Bíblia, que a única
forma de santificação possível é estar sob os ensinamentos de Jesus. Jesus
disse: Santifica-os na palavra.
Por
assim dizer, quando os homens tentam se justificar diante de Deus nos seus
costumes, na longevidade das suas denominações ou nos dons que possuem ou
acreditam possuir, estão, na verdade, desprezando o real motivo da nossa
esperança: o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário e a proposta de Deus para
todo aquele que crer: arrependimento e volta a Deus.
É
necessário lembrar que, caso houvesse meio de salvação além deste — o
sacrifício do Filho de Deus —, logicamente, o Deus eterno jamais entregaria o
seu Filho no Calvário. Por isso, nada podemos fazer senão crer verdadeiramente
e confiar absolutamente na sua obra redentora. Ao olhar para nós, os que
cremos, Deus não vê os nossos pecados, mas a justiça do seu Filho Jesus Cristo.
Essa é a causa de não sermos consumidos.
Não
podemos, de maneira alguma, tentar nos justificar dentro de uma proposta
cultural, pelas roupas ou pelos usos, ainda que, de alguma medida, estes tenham
algum significado. O que podemos, e isso devemos, é fazer como fez Abraão: crer
no Senhor e ser justificado por Ele. É Deus quem salva, e nós não temos
participação final nisso.
É
dEle que vem a fé; Ele é também quem dá forma a ela, por isso, em relação à
salvação e ao perdão, está escrito que isso é dom de Deus e nada tem a ver
conosco, para que ninguém se glorie de si mesmo. Na sua Palavra, o Deus
todo-poderoso deixa muito claro de muitas formas: “A minha glória não darei a
outro.”
Por
isso, precisamos educar as nossas mentes para crerem que, apesar de sermos
seres culturais e estarmos envoltos em uma cultura, essa cultura não tem origem
no céu, mas nas vivências humanas, e que, apesar disso, Deus não nos condena
nem nos salva por sermos parte dela. Isso diz mais sobre a nossa experiência
terrestre e nada diz sobre aquilo que Deus nos exige.
Acreditar
que determinados modos de vestir ou de falar, podem ser meios de santificação,
enfim, não tem nenhuma relevância prática. O problema que Deus vê em nós, e
isso deseja mudar profundamente, é o nosso caráter, para que possamos, a cada
dia mais, nos transformar em alguém que manifeste o Seu Filho. Por fim, é importante
lembrar que nenhum dos apóstolos pertencia a nenhuma das nossas denominações,
não se vestiam como nós e faziam coisas que, se nós víssemos, certamente o
chamaríamos à conversão nos nossos padrões.
Lembre-se:
Deus é espírito e não está preso a nenhuma convenção humana, tampouco se
encaixa ou pode ser explicado pela sabedoria dos homens. Como cristãos
verdadeiros, o que devemos de verdade é seguir os seus mandamentos, amando-o
sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos.
A
Bíblia não é um livro para inventar pecados, mas quando a interpretamos fora
das regras e dos seus contextos, fazendo os textos dizerem o que não dizem, é
para isso que ela serve. Por isso, estudar os textos sagrados a aplica-los com
isenção, sem fazer prevalecer as nossas opiniões é a conduta cristã adequada.
Fazendo assim, temos a certeza de que Deus está nos guiando e que de fato,
estamos fazendo a sua obra.
Comentários
Postar um comentário