A vida é um jogo de fases
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Imagem gerada por IA. |
A vida é mesmo um jogo difícil, e aprender a jogá-lo
o quanto antes é muito mais do que importante, é fundamental. Nesse game para o
qual fomos escalados, nunca teremos tudo o que queremos, e, em cada estágio, algo
nos será dado e algo nos será tirado, independentemente do que nós possamos
fazer. Este jogo é um eterno ganhar e perder, perder e ganhar.
A criança, quando pequena, chora pela atenção dos
seus pais, mas, como eles estão ocupados em suas atividades diárias, nem sempre
podem suprir essa necessidade. Cresce, então, a criança, por vezes, sem
desenvolver adequadamente as suas habilidades socioemocionais.
O adolescente, agora já crescido e pensando ser
independente, sonha com a desatenção dos pais. Eles não querem mais os pais
assim tão perto, não querem que deem opiniões sobre suas vidas, querem se
afirmar como se fossem gente grande. Querem e podem; nesta fase, eles podem.
Quando adultos, a nossa luta é para nos tornarmos
independentes, termos com o que nos sustentar e construirmos um bom
relacionamento, que, quem sabe, dure a vida toda. Mas isso nem sempre é tão
fácil, porque a criança desassistida e o adolescente “independente” talvez não
tenham amadurecido como deveriam. Pular fases é péssimo! Precisamos passar por
cada uma delas e viver tudo o que elas têm a nos ensinar.
Os casados, por sua vez, buscam administrar a
própria vida e também a de seus filhos, oferecendo-lhes o que de melhor podem.
Talvez até tudo aquilo que não tiveram. O que deveria ser bom, por vezes, pode
vir a causar desajustes, pois, na tentativa de oferecer as experiências das
quais não puderam usufruir, os adultos criam uma geração de pessoas sem
habilidades básicas de sobrevivência.
Já quando velhos, parece que o jogo da vida volta à
primeira fase, ainda que apenas em certos aspectos. O agora idoso já não tem
mais crianças para cuidar, não precisa mais se preocupar com ninguém, mas
também, não raramente, pode não ter mais ninguém para cuidar de si mesmo,
especialmente quando não foi capaz de criar relações emocionais profundas com
seus filhos.
A força e o vigor da juventude, os prazeres mais
comuns da vida... Todos eles já se foram. O que resta agora é esperar o último
momento e torcer para que ele aconteça num contexto de dignidade e de não
abandono. Pode ser que nessas horas, e somente nelas, as pessoas reflitam sobre
quem realmente foram e o que perderam nas correrias que, por vezes, não levaram
a lugar nenhum.
Em suma, a gente precisa aprender o quanto antes que
cada coisa tem o seu tempo, cada tempo traz consigo o seu bem e o seu mal. A
gente não pode fugir dessa verdade poderosa, pois ela vem para todos nós, isso
se tivermos a bênção de alcançar longos anos de vida. O ruim mesmo é só
descobrir isso quando não há mais tempo para pensar o tempo. Por isso, que
descubramos logo as regras do jogo.
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