Uma vida geocêntrica
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Imagem gerada por IA. |
Antigamente,
havia uma disputa entre a religião que dominava o mundo e aqueles que buscavam
se valer da ciência em suas crenças. A religião afirmava que a Terra era o
centro do universo, porquanto nela havia vida, enquanto os cientistas diziam
que este lugar era ocupado pelo Sol. Uns eram geocentristas e os outros,
heliocentristas.
A
disputa gerou perseguição e mortes, mas nos legou o termo que utilizarei neste
texto para falar de gente, gente como a gente. Os doravante denominados:
geocentristas. Por definição, pessoas que acreditam ser o centro do universo.
Explico a minha motivação para este texto...
Certa
vez, numa formação de professores, uma das palestrantes exibiu um slide que
marcou o meu psicológico profundamente. Nele, víamos duas imagens da Terra.
Acima da imagem da direita, estava escrita a seguinte frase: "Este é o
mundo com você", e do outro lado a mesma imagem com o seguinte dizer:
"Este é o mundo sem você".
A
lição que ela queria nos ensinar era que a gente não precisa carregar o peso do
mundo nas costas e que, se a gente se sobrecarregar e nunca parar para cuidar
de nós mesmos, o mundo permanecerá o mesmo sem a nossa presença. É claro que a
vida tem os seus desafios; no entanto, a gente não é o centro do universo e não
vai mudar o mundo querendo ser tudo, em todo lugar, ao mesmo tempo.
O
conselho era, portanto, desacelerar, não abrir mão das obrigações e
responsabilidades, mas, dentre outras coisas, aprender a dividir as cargas,
delegar se, e quando, possível. Se pode ficar para amanhã, por que não? Se pode
ser feito por outra pessoa, o que impede? Nem você, nem eu, nem qualquer outra
pessoa temos o direito de nos descuidarmos de nós mesmos. As coisas não giram
em torno de nós e continuarão exatamente iguais, talvez até melhores, sem a
nossa presença.
O
único lugar onde somos insubstituíveis é em nossas casas, junto às pessoas que
realmente nos amam. Os únicos que realmente se importam com a gente são aqueles
que nos conhecem de perto. O mundo não está nem aí para nós, e não podemos
acreditar que vamos salvá-lo, especialmente se for por meio do nosso trabalho.
A regra de ouro é: não levante mais peso do que você pode carregar. Se
precisar, peça ajuda; se necessário, divida as cargas. A nossa prioridade,
antes de tudo, precisa ser nós mesmos. Pois, se não nos priorizarmos, ninguém
fará isso por nós.
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